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Paranoia

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E hoje apeteceu-me escrever. Nem que seja para dizer que não sei o que sinto. É uma mistura de dor e saudade com euforia e desejo, uma mistura entre amor e ódio. E não sei porque o sinto. E talvez nunca venha a saber. Ou talvez sempre tenha sabido e não me recorde. Ou não queira recordar. Pouco importa. È uma vontade de seguir, de sugar tudo para mim. Em contrapartida, penso que tenho em mim tudo o que preciso. Tenho algo em mim que me deixa cheia e leve. Tenho algo em mim que contraria todas as forças. E tenho em mim toda a força que existe. Eu sei disso. Porque o sinto. Porque dói, é um facto, mas ao menos sei a dimensão daquilo que sinto em mim. Quero atirar-me para isto de cabeça, mesmo que não sirva de muito. Quero sentir. Isto que aqui habita deixa-me o cérebro como um molho de cabelos enleados, mas não importa. Porque sinto, ao menos sinto isso. Mesmo que representado por um qualquer sentimento que me acompanha para toda a parte, tenho aquilo que quero. Mesmo que me destrua e me consuma, ao menos sei que tenho como sentir saudades, como sentir dor. Ao menos sei que tenho algo sobre o que divagar. Só sei que quero ir. Preciso de deixar de me procurar a cada cantinho do Mundo, nas gavetas, nas prateleiras… tenho que me encontrar. Não é que ande perdida. Até já sei qual é o meu caminho. Só não sei onde andam as minhas características naturais, aquelas que tanto prezava. A impulsividade deu lugar à ponderação, assim de uma assentada. Quero coisas. É isso, quero coisas.
Podia percorrer o Mundo sozinha, só com isto que cá vai dentro. Porque, de facto, não me sinto só. Tenho tanto, tanto, aqui dentro. E podia dar, mas há coisas que foram feitas para uma única pessoa e há momentos em que devemos concentrar em nós todo o egoísmo. Não quero viver de sonhos, quero viver sonhos. Não quero ouvir palavras. Quero viver momentos, não planeá-los. Sei que pouco interessa, mas eu quero. Quero quebrar a linha ténue que divide o que eu quero daquilo que posso fazer. Quero arrasar a condição humana. Importas-te? Esquece, afinal não me interessa a tua opinião. Vou fazê-lo! Impressionante a quantidade de coisas que aprendemos com quem nos magoa, não é? Mas sabes que mais? Mesmo assim quero viver isto que tenho em mim. Com todos os medos, com todas as loucuras, com todos os pecados, com todos os choros e risos. Não quero ser acusada de conformismo. Quero lutar. Consegui adoptar agora aquilo que achava a filosofia de vida ideal: segue o que sentes. E desta vez fi-lo. E não importa se corre ou não mal. Vou viver isto, entendes? Sozinha ou não. Sentir já é viver. Sentir já é apreciar. E eu sinto (-te). E tenho (-te), mesmo que seja só dentro de mim.
já não ecsrevia à muito tempo. hoje, deu-me vontade.
© 2008 - 2024 ummonstroqq
Comments2
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Lost-ndFound's avatar
Fui a primeira a ler! Eheh! Mais uma pérola literária! ^^

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